quinta-feira, 18 de setembro de 2008

A propósito de Júlio da Silva Freire...


... E isto me traz mais uma vez à mente, como não poderia deixar de ser, o Júlio da Silva Freire, que eu penso ter sido uma das mais ilustres figuras do nosso Pombalinho de todos os tempos. É verdade que mal me lembro dele, porque era ainda muito miúdo quando ele faleceu. Mas lembro-me perfeitamente de ter ouvido dizer que ele foi o Maestro de uma banda musical que o Pombalinho teve.

Lembro-me também de uma aurora boreal vista no Pombalinho (teria eu 6 ou 7 anos) que deixou toda a gente assustada, até que o Júlio Freire (pai) explicou o que aquilo era, tranquilizando a população. Sei que a certa altura se dedicou, gratuitamente, a ensinar um grupo de camponeses, do qual o meu pai fez parte, a ler e a escrever. O meu pai só aprendeu a ler letra impressa e a fazer, com dificuldade, o nome dele, mas penso que o Júlio Freire ensinava a ler e a escrever. Penso é que os estudantes a certa altura se teriam visto na necessidade de deixar o ensino devido à chegada dos dias maiores, em que, trabalhando de sol a sol, chegavam a casa exaustos e precisados de ir para a cama o mais cedo possível, a fim de recuperarem forças para o dia seguinte.


... O Júlio da Silva Freire era ateu (ou seria agnóstico?) e que quando estava próximo do fim, de cama, teria dito: "valha-me aquele que dizem que é Deus".